O melhor de tudo isso

O ano findou com o aumento da tarifa de ônibus. Isso é um problema que certamente acompanhará todo o novo ano a despeito de ser um peso considerável no orçamento de grande parte da população.

A contrariedade com a medida tomada pelo Poder Público Municipal se expressa pelas mãos dos estudantes joinvilenses inconformados, com razão, que se manifestam persistentemente nas praças, chamando a atenção geral.

A juventude está mobilizada em todo o país contra o aumento das tarifas de transporte coletivo urbano, não há ‘planilha de custos’ que convença os jovens brasileiros de que esses reajustes são justos.

Agora, destaca-se no ano que inicia a manifestação pública dos plantonistas do Hospital Municipal São José que denunciam a insustentável superlotação da unidade de atendimento, outro problema! A declarada irresponsabilidade das autoridades de saúde do município e do estado não passa incólumes pelas pessoas que lidam com a saúde pública dia após dia.

Denunciam uma situação de colapso geral, com alto nível de estresse no trabalho por falta de recursos materiais, técnicos e profissionais e a desumanidade que reina no atendimento emergencial em vista da ausência de infraestrutura.  A iniciativa dos servidores que vieram a público declarar sua discordância com tamanha barbaridade deve ser qualificada como um ato de grande sensibilidade e compromisso com as funções que desempenham.

Aqui é necessário fazer um parêntese para infelizes declarações à imprensa feitas por dirigentes dos hospitais públicos da cidade, que debitam a falta de atendimento e de qualidade no atendimento do pronto-socorro à falta de profissionais e à gravidade dos casos e não aos problemas estruturais e de gestão que são amplamente conhecidos pela população e usuários, totalmente na contramão dos fatos. Mas isso é outra história.

O que é muito bom, na verdade, é a indignação e o inconformismo dos estudantes e servidores públicos diante do caos, das arbitrariedades construídas e impostas pelos que são incapazes de melhorar a vida das pessoas, mesmo que esse seja o mister que lhes foi entregue através do voto, essa é a melhor coisa desse final e recomeço de ano.

O melhor de tudo isso mesmo é constatar que diante da adversidade e das medidas  arbitrárias, as pessoas são capazes de reagir, se organizar e ir às ruas para denunciar  aquilo que todos já sabem, exigindo o atendimento de suas reivindicações.

Porém, de fato o que precisa mudar a cada ano que recomeça é a prática das autoridades públicas, uma a uma, tomando para si o exemplo dos estudantes e dos servidores e, ao invés de ignorarem as reclamações e a indignação popular, tomarem medidas concretas para transformar a vida das pessoas em uma vida plena em qualidade e direitos.

Mas isso, como já disse, é uma outra história.

Cynthia Pinto da Luz – Assessora do CDH

cynthiapintodaluz@terra.com.br

 

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