O bom senso é a única saída para a superação da violência
De acordo com pesquisas da Nota Técnica do Atlas da Violência de julho de 2017, parceira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil vive uma tragédia social e caminha para uma tragédia econômica em razão dos impactos causados no setor público. O Brasil tem menos de 3% da população mundial e tem o índice de quase 13% dos assassinatos no planeta.
Mais uma vez a vilã incondicional deste fato é a desigualdade social que faz da violência uma prática sistêmica, logo, o perigoso jogo que se faz no Congresso Nacional, acoplados à “bancada do boi, da bala e da bíblia”, são grandes geradoras de violência e torna a população pobre e periférica massa de manobra e descartável a qualquer momento.
Por que isso acontece? Porque defendem propostas e projetos de extermínio da população como armamento de fogo, por exemplo. Sabe-se que, mesmo pessoas treinadas para usar armas estão sujeitas a cometer erros, porque o ser humano é movido pelo emocional. Imagine só deixar uma criança sair de casa sabendo que a maioria dos que a cercam carregam arma de fogo? Muitas pessoas compram este discurso como uma solução para segurança sem perceber o pátio de horrores que se transformará as quadras das comunidades.
Assim, quando os discursos de ódio pautados na falácia de fazer justiça com as próprias mãos são repetidos constantemente, já pressupõe que a vontade ingênua do povo se concretize, ou seja, entre nas urnas apoiando ainda mais políticos com esta proposta destruidora. Isso nos faz concluir que a “cultura da violência” se fortalece por meio discursos (vozes que fazem ecos na sociedade e formadores de opinião) e alimentam os absurdos.
Em tempos de comunicação on line e digital é possível perceber a acentuação de agressões verbais que se transformam em crimes como racismo, homofobia, machismo por ser de fato incitação à violência. Estes discursos têm espaços garantidos também nos programas abertos de televisão e nos jornais impressos uma vez que jorram sangue por suas telas e páginas. Eles instrumentalizam pessoas propensas a cometer violências por conta da enculturação de uma sociedade frágil no que diz respeito ao entendimento do que são os Direitos Humanos e Segurança Pública.
Quando qualquer argumento fomenta o espancamento, a exclusão de pessoas, o ódio a quem quer que seja – não é um discurso de construção de uma sociedade mais justa. Se o discurso de ódio encontra qualquer eco na sociedade ele ganha força e gera mais violência. É um incentivo para a morte, para o medo e para o caos, transforma a sociedade em um povo desorientado que busca qualquer pessoa para vesti-la de super-herói/salvador da pátria. Basta observar atentamente o que vem acontecendo no Brasil.