Eunice Santos de Oliveira

Integrante do colegiado do Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Bráz

Estamos em situação de risco. A água é um recurso natural, limitado, além de considerado raro em alguns lugares. Uma estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) dizia que, já em 2002, o planeta possuía 1 bilhão e 400 milhões de km² de água, correspondente a 75% da Terra. Porém, somente 2,5% dessa imensidão eram de água doce.

A quantidade de água disponível não muda. Entretanto, a população consumidora cresceu dez vezes no último século. A humanidade tem dilapidado os bens hídricos de tal forma que a água disponível para consumo é, muitas vezes, insuficiente. E diminui a cada dia. Não só a água, mas o planeta, que é nossa casa, sofre os efeitos de uma exploração predatória e gananciosa de seus recursos naturais.

A Campanha da Fraternidade de 2011, com o tema “Fraternidade e a vida no planeta”, tem como objetivos despertar e nutrir o espírito comunitário no meio do povo e a verdadeira solidariedade na busca do bem comum. Educar para a vida fraterna, a partir da justiça e do amor. Renovar a consciência sobre a responsabilidade de todos na promoção humana e na edificação de uma sociedade justa e solidária. Esse tema é mais um impulso para tomarmos atitudes, unidos. Precisamos cuidar do planeta, ser fraternos, gerar ações que nos levem ao bem comum. Precisamos resgatar atitudes singelas, como cultivar jardins, nada mais que uma ação sincera e despojada em favor do planeta.

Em cada catástrofe, sejam terremotos, inundações ou secas, podemos sentir o planeta gemer, e também a humanidade em sua tristeza. Ainda estamos em tempo hábil para reverter essa situação. Podemos transformar esses gemidos de dor em gemidos de amor e de esperança. Sim, podemos nos organizar com ações que ajudem a preservar o meio ambiente e, com certeza, receberemos de volta uma vida saudável.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui à carência de água potável a causa principal de muitas doenças. O documento chamado Agenda 21, da conferência da ONU (ECO 92), afirma que 80% das atuais doenças da humanidade e mais de 1/3 dos casos de morte se devem ao consumo de água contaminada ou imprópria.

Precisamos despertar uma nova consciência de que a água é vida, é necessidade universal e direito de todos os seres vivos. Somos todos moradores de um mesmo lar. Mudanças geológicas nada mais são do que reações às nossas ações. A Campanha da Fraternidade vem nos alertar de que tudo o que fazemos pode prejudicar ou ajudar a salvar nosso planeta, e nos dá a oportunidade de, como uma grande família, sentarmos juntos e elaborarmos ações para salvar a nossa casa.