Opinião

Hoje perdemos um grande companheiro

jucaCom muito pesar anunciamos o falecimento do companheiro Juca.  

O Colegiado do CDH apresenta aos familiares nossas condolências e o desejo de que encontrem conforto na história de quem sempre lutou contra a opressão e a exclusão social.

“Há pessoas que deixam marcas profundas durante sua trajetória de vida. José Evaristo Heck, o Juca, foi uma delas. No dia de hoje (7/9) uma fatalidade levou de nós esse bravo companheiro. Aos 63 anos, ele deixa esposa, quatro filhos e uma quantidade inestimável de amigos e companheiros.

Juca foi um lutador do povo, grande apoiador da Esquerda Marxista e do mandato do vereador Adilson Mariano, em Joinville, Santa Catarina. Solidário, paciente, amoroso e sempre pronto a ajudar especialmente os que mais precisavam, sua disponibilidade para lutar era sem igual.

Foi professor, vereador pelo PT de 1996 a 2000 e batalhou contra a colaboração de classes da direção do partido, sempre acompanhando e apoiando a política de nossa organização. Defendia os serviços públicos, esteve ao lado dos trabalhadores do comércio contra a abertura dos estabelecimentos aos domingos, era integrante da Pastoral Antialcoolica, foi catequista e um lutador incansável pelas causas populares.

Juca lutou até seu último dia por um mundo justo, solidário, sem qualquer tipo de dependência, opressão ou exclusão; por uma sociedade socialista. Ele era movido por sinceros sentimentos de amor e solidariedade ao próximo, que se expressavam em ações práticas. Nunca se furtava de pedir que nossa organização orientasse a juventude sobre os problemas causados pelo uso das drogas, lícitas e ilícitas. Ele afirmava que, para fazer o combate pela transformação da sociedade, a juventude precisa estar livre disso.

Continuaremos os ensinamentos desse grande companheiro, que sempre viverá em nossas memórias. Seu exemplo nos anima a continuar firmes na luta por uma sociedade socialista, onde não haja mais explorados nem exploradores.”

Companheiro Juca, presente!

(Texto: Jornalista Francine Hellmann)

Manifestações #foratemer

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Na última sexta-feira (2) ocorreu uma manifestação pacífica contra o novo governo de Michel Temer. Centenas de joinvilenes foram as ruas e gritaram pela volta da democracia, indignados com o impeachment de Dilma Rousseff. O ato teve participação de movimentos sociais como o MPL, Liberdade e Luta, UJC, JCA e o CDH também esteve presente.

No domingo, os mesmos movimentos se reuniram e formaram a Frente Fora Temer de Joinville, com o objetivo de continuar os protestos. Foi acordado que no próximo dia 7 (amanhã), os movimentos entrarão no desfile cívico junto ao Grito dos Excluídos, com suas faixas, expressando seu direito de voz. A concentração será na praça da pista de skate, ao lado da Seicho-no-ie às 9h, na Avenida Beira Rio.

O Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Bráz estará presente no desfile e na manifestação, lutando junto com os trabalhadores, estudantes, mulheres e LGBTs, contra o golpe e assegurando nossos direitos.

Crédito da Imagem: Maykon Lammerhirt / Agência RBS

Joinville terá terceira edição da Semana da Diversidade em setembro

Depois de cinco anos sem acontecer, evento é aprovado pelo Simdec

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Com o objetivo de falar sobre identidades de gêneros, sexualidades, direitos e violações, a Associação LGBT Arco-Íris organiza a 3ª Semana da Diversidade de Joinville, com o tema “Nossa História, Nossa Luta”, para o mês de setembro.

O evento foi aprovado na categoria mecenato do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec) e irá acontecer do dia 7 ao dia 10 do próximo mês. Na programação estão inclusas mesas de debates, palestras, oficinas e apresentações culturais.

O primeiro dia de evento, a quarta-feira 7, começa com uma roda de conversa sobre feminismos, relações de gênero, sexualidades e movimentos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros), no Sesc. A intenção é discutir alguns assuntos sobre o viés dos estudos feministas e dos movimentos sociais. “Decidimos iniciar o evento com uma roda de conversa porque é assim que queremos que ele seja, um espaço de troca de saberes e experiências, que toda a comunidade possa participar. Não queremos um evento apenas de pesquisadores falando entre si”, afirma Camila Diane Silva, historiadora e militante da Arco-Íris.

No mesmo dia, às 19 horas, a terceira edição da Semana da Diversidade é aberta oficialmente com apresentação de teatro playback do grupo Dionisos Teatro, também no Sesc. Como todo teatro playback, Dionisos irá interpretar histórias contadas pela plateia e, nesse caso especialmente as vivências LGBT.

O tema desta edição, “Nossa História, Nossa Luta”, traduz a vida das pessoas LGBT como histórias pessoais, mas também de luta e resistência. “A militância é a nossa história. Quando discutimos esses assuntos, estamos discutindo sobre nós e a luta que travamos por direitos. O nosso objetivo é fazer com que esse debates surtam efeito na sociedade. A comunidade LGBT não pode sofrer a violência que sofre”, afirma Cintia Soares, militante da Associação Arco-Íris.

Segundo o último relatório de violência homofóbica no Brasil, foram registradas 1.695 denúncias de violações relacionadas à população LGBT pelo Disque 100, no ano de 2013. O relatório é elaborado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos e do hoje extinto Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.

De acordo com o último relatório anual de assassinato da população LGBT, realizado pelo Grupo Gay da Bahia, em 2015 foram documentados 318 assassinatos de gays, lésbicas, travestis e transexuais brasileiros. O número representa quase uma morte por dia no país. Joinville, assim como a maioria das cidades catarinenses, não possui categorias de registro que possam contabilizar esses dados. Em Florianópolis, a Polícia Civil começou esse processo.

“Nós vivemos um momento muito delicado no Brasil no campo dos direitos humanos. Os nossos índices de violência contra mulheres e pessoas LGBT são altíssimos. A sociedade precisa repensar sua perspectiva sobre os gêneros e sexualidades. Não estamos reivindicando privilégios. Nossa luta é pelo respeito de ser quem somos, de não sermos violentados por isso. Parece justo, não?”, questiona Marcos Oliveira, militante da Arco-Íris.

Além de discutir gêneros e sexualidades, a programação da Semana da Diversidade também irá abordar as diversidades étnicas, de condições sociais e pessoas com deficiências. “Não podemos afirmar que um homossexual negro é tratado socialmente igual a um homossexual branco. Ou que uma pessoa transexual pobre tenha o mesmo tratamento que uma transexual rica. Por isso, é muito importante discutirmos e entendermos as particularidades de cada situação de acordo com essas categorias sociais”, defende Cintia.

A programação do evento reunirá mais de dez estudiosos e militantes dos direitos de gêneros e sexualidades. Além das discussões, durante a Semana também haverá lançamentos de livros e oficinas de cordel e maracatu. Todas as atividades são gratuitas e acontecerão em diferentes locais da cidade. A intenção é descentralizar o evento e aproximá-lo de diferentes comunidades de Joinville. O evento também contará com intérprete de libras em toda sua programação.

“Queremos provocar muitas reflexões com a Semana. O nosso desejo é que as pessoas repensem padrões e toda violência que eles geram. Precisamos olhar para a heterossexualidade através de uma perspectiva história cultural. Se a sociedade entende o comportamento heterossexual como normal e o homossexual como anormal é porque nós mesmos criamos esses padrões sociais”, reflete Camila.

Histórico do evento

A Semana da Diversidade de Joinville teve sua primeira edição realizada no ano de 2009, com o tema “Direitos Seus, Direitos Meus = Direitos Humanos”. No ano seguinte, a Associação LGBT Arco-Íris realizou a segunda edição do evento, intitulada “Famílias Somos Todos”.

Desde então, não houve mais nenhuma edição da Semana. No ano passado, a Arco-Íris realizou o I Seminário Inventando Gêneros, em parceria com o Núcleo de Estudos em Comunicação do Bom Jesus/Ielusc.

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