A economia da partilha

Eunice Santos de Oliveira

Integrante do colegiado do Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Bráz

 

O trabalho é a principal ferramenta humana de transformação da natureza para a superação das nossas limitações. Historicamente, vivemos em uma constante busca por alternativas que nos permitam melhorar as condições de vida.

 Nos últimos dois séculos, o capitalismo – sistema que rege nossas relações – converteu em mercadoria tudo o que o dinheiro pode comprar, inclusive o trabalho. Impedidos de controlar os meios de produção e exercer de forma criativa sua capacidade produtiva, os trabalhadores (e as trabalhadoras) se obrigam a vender sua capacidade laboral em troca de salários que não correspondem ao verdadeiro valor do seu suor e assistem aos capitalistas se apropriarem do resultado daquilo que produzem.

 Nesse contexto é que a Economia Solidária surge como uma nova proposta. Milhares de pessoas estão inventando um jeito diferente de produzir, vender, consumir, oferecer e receber crédito. Cooperando como iguais, repartindo, cuidando do ambiente, comprometendo-se em lutar para que o outro melhore de vida. Todos são donos do empreendimento e todos os que são donos trabalham no empreendimento.

A Economia Solidária oferece uma bandeira unificadora para lutas e movimentos sociais. Ela propõe não só a construção de novas relações na economia e no mundo do trabalho, mas também novas relações sociais pautadas no princípio de valorização do ser humano. Da mesma forma, apresenta um modelo de organização econômica no qual o dinheiro, o trabalho, a produção e os resultados são instrumentos para a construção de condições dignas de vida para as pessoas, colocando o ser humano – e não o lucro – no centro do processo.

Assim é que a Economia Solidária tem se fortalecido como espaço de convergência entre diversas lutas e movimentos sociais. Inclusive e felizmente em Joinville, a Economia Solidária se destaca com muita força, principalmente nas feiras em praças e supermercados e em ações como a união do Consulado da Mulher, da Univille e da Fundação 25 de Julho, que neste ano iniciaram o projeto Design na Economia Solidária: qualificação e valorização da produção artesanal joinvilense. O curso colabora com o aprimoramento do artesanato e da cultura da Região Norte catarinense, auxilia na divulgação dos produtos e na autonomia dos empreendimentos.

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