Pesquisa sobre agressões a homossexuais

Pesquisa feita no RS mostra que maiores agressores a homossexuais são seguranças

Segundo dados do Grupo Nuances, cerca de 30% dos homossexuais já sofreram algum tipo de preconceito

O Rio Grande do Sul é o sexto Estado em número de denúncias de violação dos direitos humanos de homossexuais através do Disque 100, serviço do governo federal. Segundo pesquisa realizada pelo Grupo Nuances, ONG que atua na luta pelos direitos dos homossexuais, revela que cerca de 30% já sofreram algum tipo de discriminação por causa da orientação sexual.

— Nós estamos em um momento em que tu podes ser, mas não podes demonstrar que tu és. Um discurso meio perverso nesse sentido — diz Célio Golin, coordenador do Grupo Nuances.

A pesquisa aponta ainda que em 24% das vezes os autores das agressões são seguranças privados de casas noturnas, bares e restaurantes. Ao presenciarem demonstrações de afeto entre homossexuais, agem com violência física e psicológica.

— A sexualidade, no caso dos homossexuais, querendo ou não, está no campo da marginalidade. É vista com uma certa desconfiança. Principalmente pela maioria da população. Isso causa uma estranheza, uma indiferença, que leva a atitudes de preconceito _ aborda Célio.

Durante o desfile de 20 de Setembro de 2002, nas comemorações da Revolução Farroupilha, o advogado José Antônio Cattaneo, conhecido como Capitão Gay, exibiu a bandeira do movimento gay em frente ao palanque principal. A manifestação foi reprimida de imediato. Ele foi agredido com um relho, expulso da apresentação e perseguido por outros cavaleiros.

Atitudes como essa obrigam pessoas a viverem nas sombras e esconderem seus sentimentos. Dois homens que vivem juntos há três anos e preferem não se identificar explicam que fogem do preconceito no trabalho, dentro da família e de vizinhos.

— Disseram que iam me matar e atiraram um tijolo em mim — relata um deles.

— Ameaçam botar fogo na casa, falam que vão bater na gente. É muito humilhante. Uma sensação de impotência e ao mesmo tempo de desgosto — observa o companheiro.

No entanto, para a psiquiatra Maria Inês Lobato, atos de violência contra homossexuais não podem ser tratadas como doença.

— A homofobia não e tratada como transtorno psiquiátrico. É um termo muito mal aplicado. Na verdade se trata de um preconceito com a homossexualidade. E o tratamento não é médico, e sim cultural, social.

Autor de uma pesquisa sobre o tema, o psicólogo Angelo Brandelli Costa, também afirma que a homofobia é um problema social.

— A homofobia acaba individualizando, ou seja, responsabilizando os indivíduos por um problema social. A sociedade que valoriza de forma diferente os hétero e homossexuais.

Para enfrentar o preconceito, o governo do Estado criou o programa Rio Grande Sem Homofobia.

— Nós não estamos falando em querer que essas pessoas tenham mais direito que as outras. Apenas os mesmos — explica o coordenador do projeto, Fábulo da Rosa.

Fonte:

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a3383593.xml

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