Dia do Trabalho – Caros Amigos faz retrospectiva poética
125 vezes Maio !
Artigo com poesias e fotos lembra a história da data que marcou o dia dos trabalhadores em todo o mundo e que, em 2011, completa 125 anos. Confira.
Por Cecilia Luedemann
Com Vladimir Maiakovski, poeta de todos nós, aprendemos a dizer: “Meu Maio”. Caminhando em seus versos, como nas ruas do mundo, nos encontramos na praça pública no dia 1º de Maio, para ouvir e gritar as nossas palavras de ordem, para lutar por nossos direitos como se faz há 125 anos:
A todos
que saíram às ruas
de corpo-máquina cansado,
A todos
Que imploram feriado
às costas que a terra extenua –
Primeiro de Maio!
Meu mundo, em primaveras,
derrete a neve com sol gaio.
Sou operário –
este é o meu maio!
Sou camponês – Este é o meu mês.
Sou ferro –
eis o maio que eu quero!
Sou terra –
O maio é minha era!
O ano um do Dia Internacional do Trabalhador, acontece em 1866, nos Estados Unidos, quando a Federação Americana do Trabalho e os Cavaleiros do Trabalho, apresentam a proposta de redução da jornada de trabalho aprovada em assembleia:
A partir de hoje
nenhum operário
deve trabalhar
mais de oito horas por dia.
Oito horas de trabalho!
Oito horas de repouso!
Oito horas de educação!
TODOS OU NINGUÉM
Bertolt Brecht
(Peça teatral Os dias da Comuna- 1948-49)
1
Escravo, quem vai te libertar?
Aqueles que estão no fundo mais fundo,
Camarada, vão te ver.
E ouvirão o teu grito:
Os escravos vão te libertar.
Ninguém ou todos. Tudo ou nada.
Sozinho ninguém pode se salvar.
Fuzis ou correntes.
Ninguém ou todos. Tudo ou nada.
2
Faminto, quem vai te alimentar?
Se quiseres um pedaço de pão
Junta-te a nós, nós que temos fome
Deixe que te mostremos o caminho:
Os que têm fome vão te alimentar.
Ninguém ou todos. Tudo ou nada.
Sozinho ninguém pode se salvar.
Fuzis ou correntes.
Ninguém ou todos. Tudo ou nada.
3
Quem, vencido, quem te vingará?
Tu, que fostes golpeado
Junta-te às fileiras dos feridos
Nós em todas nossas fraquezas,
Camarada, vamos te vingar.
Ninguém ou todos. Tudo ou nada.
Sozinho ninguém pode se salvar.
Fuzis ou correntes.
Ninguém ou todos. Tudo ou nada.
4
Quem, perdido, que se atreverá?
Quem sua miséria não mais suporta
Pode, deve se juntar com aqueles
Que por necessidade cuidam
Para que seja hoje e não amanhã.
Ninguém ou todos. Tudo ou nada.
Sozinho ninguém pode se salvar.
Fuzis ou correntes.
Ninguém ou todos. Tudo ou nada.
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