Protesto Não é Crime tem início com debate em Joinville
As manifestações de junho de 2013 despertaram a ânsia por democracia no povo brasileiro, mas junto a essa vontade causaram também a ira do poder público. Dezenas de militantes dos movimentos sociais tornaram-se presos políticos e estão sendo processados por formação de quadrilha e depredação de órgãos e bens públicos.
“O juiz de Itabaiana aguardou até o último minuto do último dia para julgar o pedido e negar, exatamente para criar embaraço a um eventual recurso”, diz a carta enviada pela advogada, militante e presa política no Rio de Janeiro Eloísa Samy aos organizadores da campanha Protesto Não é Crime.
A ativista era uma das convidadas da mesa redonda “Criminalização dos Movimentos Sociais”, que lançou a campanha na última terça (21) em Joinville, mas não veio devido ao impedimento judicial. Eloísa responde a um processo coletivo com mais 22 ativistas acusados de formação de quadrilha e garante que sequer conhecia a maior parte dos acusados.
Durante o debate, André Beavis, militante do coletivo Pintelute, Guilherme Migliorini, militante do MPL (Movimento Passe Livre) Joinville, Luiz Gustavo Rupp coordenador do CDH (Centro dos Direitos Humanos Maria da Graça Bráz), e Eloísa Samy (via Skype) compuseram a mesa que debateu a onda nacional recente de criminalização.
As discussões da noite também abordaram o conservadorismo, a ausência de democracia, a guerra de classes, o papel da mídia alternativa aliada aos movimentos sociais e o desserviço da grande mídia na abordagem do tema.
Como continuação do movimento está marcada para as 18h dessa sexta (24) a concentração para uma manifestação pela Tarifa Zero e pela liberdade de lutar. O ato que faz parte de uma agenda nacional do MPL sairá da Praça da Bandeira, ao lado do Terminal Central de Joinville.
Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre
No dia 26 de outubro de 2004, milhares de pessoas cercaram a Câmara de Vereadores de Florianópolis clamando pela aprovação da lei do passe livre estudantil. Ao se verem encurralados, os vereadores acabaram “fugindo” do local, escoltados pela Polícia Militar, pelas portas de trás do prédio. Desde então o dia 26 de outubro é lembrado nacionalmente como o Dia de Luta pelo Passe Livre.